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  • Foto do escritorBeatriz Silva

Na praia

Atualizado: 30 de mar. de 2020

Uma imensidão de sonhos entre os grãos de areia e as ondas do mar.



O mundo e os seres humanos sufocam o nosso pensamento. Destroem os nossos sonhos. Manipulam-nos. Apoderam-se de quem somos. E quando damos por nós estamos na zona de rebentação, sufocados, entre as ondas e os grãos de areia.


Saber nadar

E é nestes momentos que percebemos a importância de saber nadar. Ter a capacidade de controlar a respiração, os movimentos, o que e quem nos rodeia.

Eu aprendi a nadar aos seis anos. Na praia. Entre o pânico e a magia de flutuar na água salgada. O meu pai agarrava-me e encorajava-me, enquanto mantinha os olhos fechados. Quando dei por mim, já não tinha as mãos dele atrás das minhas costas. Estava por minha conta. E nesse momento atingi o auge da minha liberdade, aos seis anos, claro. Senti-me capaz. Capaz de controlar a respiração, os movimentos, o que e quem me rodeava. Capaz de sair, sozinha, da zona de rebentação.


Mais vale tarde que nunca

O ditado é velho. Do tempo em que os dinossauros dominavam a Terra. Mas continua a ter a sua importância. Nunca é tarde para aprender a nadar. Aliás, essa é uma aprendizagem constante na nossa vida. Aprender a sair, são e salvo, do enrolar entre o mar e a areia exige a construção e metamorfose da nossa personalidade, enquanto seres humanos únicos e singulares. Cada coisa a seu tempo. Cada um a seu ritmo.


O que existe entre os grãos de areia

E eis que entre o quartzo, o feldspato, a mica e tantos outros minerais, surgem os sonhos.

Todos somos seres sonhadores, uns mais que outros, mas todos sonhamos com algo ou alguém. Uns querem um carro topo de gama, outros querem uma casa com boas entradas de luz, outros querem comida e roupa lavada, outros querem ser felizes, outros querem ser outra pessoa. Enfim, a vida que cada um constrói leva-nos a sonhar com coisas diferentes, mas não é por isso que devemos valorizar mais uns sonhos do que outros. O importante é manter essa realidade ativa e estimulada no nosso cérebro porque, afinal de contas, é isso que nos move.


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