Um sítio onde, certamente, todos já viajamos, nem que por breves instantes.
O tempo envelhece depressa. No intervalo, gosto de olhar para o céu e perceber que há vida para além do chão que pisamos. Cada nuvem carrega em si um pouco de nós, um pouco dos nossos sonhos. Consigo vê-lo entre a condensação e os espaços de ar. Existem muitas, tal como nós, tal como os nossos sonhos. São todas diferentes e todas iguais, quero dizer, todas servem para o mesmo. Sendo isso muito mais do que informar-nos se vai ou não chover.
As Nuvens
Umas grandes, outras pequenas. Umas claras, outras mais escuras. Umas elegantes, outras desajeitadas. Umas constantes, outras passageiras.
Paremos para fazer um pequeno paralelismo. Não conseguem rever estes pedaços de algodão flutuantes naquilo que é a nossa vida e os nossos sonhos? Vivemos motivados pelos nossos sonhos. Uns grandes, outros pequenos. Uns claros, outros mais escuros. Uns elegantes, outros desajeitados. Uns constantes, outros passageiros. O mesmo se aplica a nós, seres humanos, tanto física como psicologicamente.
A vista lá de cima
Caio num sono profundo que me perturba o pensamento. A névoa inconstante que me rodeia ilumina tudo aquilo que sou. De pé numa nuvem de pensamentos inconscientes, como se não me pertencessem. Distancio-me de tudo e estou alheia ao mundo. Naquela nuvem, desajeitada e passageira. Como os meus pensamentos. Observo de cima, vejo a cidade, a natureza, as pessoas, as almas e apuro o meu olho crítico. Vejo, como se não fosse humana, a extensão de toda uma realidade turbulenta. Daqui, ouço argumentos e preocupações que me parecem em vão. Lá em baixo, uma imensidão de caminhos que não cruzo, uma realidade divergente da minha.
Inspire-se e inspire. Olhe para cima, se necessário. Suba, até perceber quem você é. Expire, e não se esqueça de ser feliz.