De tantas histórias que preenchem o mundo, as minhas preferidas serão sempre as que me permitem vê-lo de uma forma diferente.
Linhas invisíveis desenhadas pelo nosso pensamento. Umas mais tortas que outras. Vamos escrevendo a nossa história. Aos poucos. Nos agradecimentos colocamos os nossos pais, amigos, professores, todos aqueles que, a um determinado momento da nossa vida, se cruzaram no nosso caminho e nos acrescentaram algo, de bom ou de mau e, claro, o amor da nossa vida. Mesmo que ainda não saibamos quem ele seja.
Nunca se julga um livro pela capa
Sentimo-nos, muitas vezes, atraídos pelo que é superficial. Mas, desde quando é que os meus olhos negros e os meus caracóis hidratados definem o tamanho do meu coração?
Saltamos o prefácio. Como toda a gente. A partir destas páginas, cada um escolhe o caminho que quer seguir. Cada um constrói a sua própria história, motivada por impulsos diferentes. Ação, romance, fantasia, terror, biografia, drama, comédia, memorial, aventura. Enfim. Nem todos os caminhos vão dar a Roma. Não se deixem enganar.
Uma realidade longínqua
O mundo lá fora é assustador. Lá fora, como quem diz fora destas linhas invisíveis que me preenchem o pensamento.e pelas quais deambulo durante grande parte do dia. Gosto de fechar os olhos e fantasiar a minha própria realidade. A caneta, deixo-a circular pelos meus pseudónimos, uns mais conscientes que outros. Consoante as exigências da ocasião. Ou não. Não importa. Afinal de contas, o livro é meu. Sou eu quem escolhe. Serei sempre. Até ao momento em que a caneta começar a falhar e ficar sem tinta. E aí é que está a magia de escrevermos o nosso próprio livro.
Virar a página, pela última vez
E quando isso acontecer, não vou mais poder virar a página. A folha vai ficar como a deixei. As linhas não verão mais a tinta da caneta. Para sempre. E vou-me questionar, seja lá onde for, se a minha história acabou da forma que eu sempre sonhei.
Seja como for, o importante é não deixar páginas em branco.