Chegou a hora de dar aos outros aquilo que me deram a mim.
Aproximava-se o fim de uma daquelas que foi a maior e mais feliz aventura da minha vida, o secundário. Aproximava-se a altura de fechar uma porta para que, dentro de poucos meses, se abrisse outra com novas responsabilidades e exigências. Juntamente com os meus amigos, decidimos viajar com a XTravel no nosso ano de finalistas. E assim foi, esperámos ansiosamente por aqueles que diziam ser "a melhor semana das nossas vidas".
A minha história
Devo começar por confessar que, na minha perspetiva, somos seres que precisam de experiências que nos estimulem e nos façam conhecer quem somos e o que queremos. Cada uma no tempo que a nossa vida o exige, e a viagem de finalistas é um desses casos. Não existem experiências boas ou más, existem sim coisas que nos fazem perceber que caminho queremos seguir. Daquela semana guardo muitas memórias. Guardo momentos com pessoas que me acompanharam dos nove aos dezassete, e isso ninguém me tira. A gratidão de ter partilhado tantos momentos com aqueles que me viram crescer. Uma semana de festa, praia e, sobretudo, liberdade. Um pequeno cheirinho de liberdade.
Pássaros que não sabem voar
Aos dezassete anos, muitos de nós, ainda não sabem voar. Muitos de nós nunca sentiram sequer o vento entre as asas.
Na imensidão de loucuras, novas pessoas e aventuras, existem muitas formigas espalhadas por todos os espaços. As formigas verdes, que têm como objetivo gerir as atividades e controlar tudo e as formigas laranja, que estão 24 sobre 24 horas a vigiar os finalistas e os espaços. É um trabalho em equipa que contribui para que aquela seja, efetivamente, "a melhor semana das nossas vidas". Sem eles, acredito que a minha experiência não teria sido tão positiva. Conhecem a sensação de poder confiar e conversar com uma pessoa que nunca viram na vida? Aquela sensação de saber que mesmo que não nos conheça, aquela pessoa vai ajudar-vos da melhor maneira possível? Estas formigas que falo eram esse tipo de pessoas. E foi isso que me fez querer ser voluntária da XTravel.
Aprendi muito na semana em que viajei com eles enquanto finalista, mas aprendi ainda mais, dois anos depois, enquanto voluntária. Aprendi que, muitas vezes, não temos consciência do que se passa dentro da realidade que nos envolve. Aprendi que é importante olhar para as coisas de fora. Conheci pessoas incríveis. Apercebi-me que o título de empresa com mais sucesso no mercado das viagens de finalistas não cai do céu, existe muito trabalho e organização por detrás de toda a bonificação. Abriu-me, sem dúvida, os horizontes para o mercado de trabalho.
Estamos a aprender a voar e quando damos por nós já somos capazes de ajudar outros passarinhos a fazê-lo, e essa é das melhores sensações do mundo. A sensação de que conseguimos voar sozinhos sem cair e partir as asas.